domingo, 3 de abril de 2011

Festival da Cobra-grande: Lenda adaptada por Juan Nascimento

Festival da Cobra-grande apresenta:Lenda adaptada por Juan Nascimento, filósofo, idealizador e apresentador oficial do Festival da Cobra-grande.


Há muitos anos nas profundezas das águas barrentas do Rio Maguary, a natureza mostrou sua força.
O homem, ao instalar um matadouro de bovinos às margens do Rio Maguary, ameaçou o equilíbrio ambiental local despejando sangue e restos dos animais abatidos, no rio.
A mãe natureza reagiu para proteger as espécies que dependiam do equilíbrio do ecossistema do Rio Maguary.
A mãe natureza então, determinou que os animais se reunissem e decidissem o que fazer para salvar o rio e suas próprias vidas.
Os animais foram convidados para um encontro na Praia Grande da Ilha Caratateua. Lá estavam botos, pássaros, macacos, peixes e cobras.
Ao final do encontro, concluíram que para a defesa nas águas e na terra pela resistência e adaptação natural, a missão era a partir daquele momento, das cobras.
Foram escolhidas duas sucuris que passaram a percorrer toda a extensão do Rio Maguary, e na passagem na área do matadouro, consumiam os restos dos animais e o sangue dos bois sacrificados.
As cobras cresceram, e de tempo em tempo, pescadores eram atacados porque as cobras entendiam que eles estavam ameaçando o ambiente.
Com o passar dos anos as cobras perceberam que os pescadores não ameaçavam a natureza. E na última semana do mês de julho, à noite, caiu uma grande tempestade com ventos fortes e muita chuva, formando ondas no Rio Maguary. Naquele momento duas canoas com pescadores estavam no final e  no início do Rio.  As duas naufragaram e foram conduzidas até ás margens e todos salvos por duas cobras.
Quando um grupo de nativos chegou assustado, perguntou aos pescadores do início do Rio, quem os salvou? Eles responderam que foi uma Grande Cobra com olhos azuis e brilhantes.
No final do rio um outro grupo de nativos encontrava a segunda canoa e os pescadores salvos. Quando perguntados sobre quem os salvou, eles disseram que foi uma Grande Cobra de olhos brancos e azuis que brilhavam na escuridão.
Neste momento a tempestade passa. Todos olham para o céu e observam as estrelas brilhando fortemente... Numa grande calmaria...  Todos dizem que os olhos das cobras eram tão brilhantes quanto as estrelas.

E assim surgiam Cobra-grande Azul e Cobra-grande Azul e Branca. Para agradecer ao Estado do Pará, berço da Cobra-grande, a Cobra-Azul traz a estrela da bandeira do Pará na Cor Azul, e a Cobra-grande Azul e Branca traz a mesma estrela nas cores Azul e Branca.
Agora, todos os anos, a Ilha Caratateua, recebe o grande desafio cultural do Pará, Festival da Cobra-grande para que Cobra-grande Azul e Cobra-grande Azul e Branca  disputem o amor dos nativos e o mundo conheça a cobra grande mais querida da Amazônia...

Alô Nação Azul...! Alô Nação Azul e Branca...! A cobra-grande é nossa...!

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